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Escolhas contracetivas personalizadas: promovendo a saúde e o empoderamento feminino



A contraceção é uma área crucial da saúde sexual e reprodutiva que desempenha um papel fundamental no empoderamento feminino, pois está intrinsecamente ligada à capacidade das mulheres poderem controlar e tomar decisões autónomas, adquirindo a liberdade de alcançar os seus objetivos educacionais, profissionais e pessoais ao evitar uma gravidez indesejada. Este facto é especialmente relevante em contextos nos quais o consentimento sexual e reprodutivo das mulheres é violado ou sempre que haja alguma situação de abuso ou coerção.

Assim, um bom aconselhamento contracetivo é essencial para que que se consiga alcançar uma sociedade mais igualitária e para que se promova o empoderamento das mulheres em todas as fases da sua vida.

Importa referir que, para além do benefício contracetivo, existem outros inúmeros motivos pelos quais um método contracetivo pode ser iniciado, tirando benefício dos efeitos secundários inerentes à sua utilização, nomeadamente o controlo de ciclo, a dismenorreia, a hemorragia uterina anormal ou patologias como a endometriose.

Cada mulher é única, com necessidades e preferências diferentes, o que significa que não existe uma opção contracetiva exclusiva que seja adequada para todas. Felizmente, a ciência e a medicina têm feito avanços significativos ao longo dos anos, proporcionando uma variedade de métodos contracetivos para atender às necessidades individuais de cada mulher.

Na escolha do método deverão ser considerados aspectos, tais como: os principais efeitos desejados pela doente (contraceção, amenorreia, tratamento do acne), idade, índice de massa corporal, comorbilidades e interações medicamentosas. Outros fatores importantes a ter em consideração são: o risco de tromboembolismo venoso, o risco de osteoporose, a capacidade de deglutição, a capacidade mental, a capacidade de compliance e o desejo e consentimento da mulher.

Atualmente os métodos hormonais são os mais utilizados na prática clínica pela eficácia contracetiva e supressão menstrual. A pilula contracetiva continua a ser o mais utilizado universalmente, no entanto existem outras alternativas como o adesivo, o anel vaginal, o injectável, o implante subcutâneo e o sistema intra-uterino de libertação de levonorgestrel. No caso da opção ser um método não hormonal, o DIU de cobre poderá ser uma escolha, assim como os métodos de barreira que, apesar da maior taxa de falha, tem a vantagem de prevenir as infeções sexualmente transmissíveis.

É importante reconhecer que as preferências podem mudar ao longo da vida de uma mulher, e portanto aquilo que é a sua escolha em idade jovem pode não ser a mesma numa fase mais avançada da vida.

Portanto, a contraceção é uma questão pessoal e individualizada, onde a escolha da opção adequada deve ser feita com a orientação de um profissional de saúde capacitado para esclarecer e aconselhar de forma individualizada.