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Controle da dislipidemia e risco cardiovascular em Portugal: estratégias e terapêuticas eficazes


Dr. Luís Andrade | Medicina Interna

Centro Hospitalar Gaia-Espinho, Vila Nova de Gaia


A dislipidemia é um dos principais factores de risco cardiovasculares modificáveis, sendo um elemento central no fenómeno aterosclerótico.

Em Portugal estima-se que aproximadamente metade da população adulta possua alguma forma de dislipidemia.

Vários estudos epidemiológicos demonstram que o controle multifactorial é essencial na redução dos eventos fatais e não fatais cardiovasculares.

O cálculo do risco dos doentes é um ponto fulcral para estimar o valor de colesterol LDL a alcançar, permitindo uma individualização da terapêutica. Na população europeia utilizam-se o SCORE-2 e o SCORE-OP (idoso) como calculadora de risco de eventos fatais e não fatais em 10 anos.

Após estimar o grupo de risco devemos otimizar os cuidados e as terapêuticas por forma a conseguir alcançar o valor de C-LDL estimado para o doente, particularmente nos doentes de elevado risco C-LDL < 70 mg/dl e nos doentes de muito alto risco cardiovascular < 55 mg/dl.

A modificação do estilo de vida, com uma dieta mediterrânica e atividade física regular auxiliam no controle dos lipidos, assim como permitem uma otimização global dos vários factores de risco e consequentemente uma redução de eventos fatais e não fatais, devendo ser a prioridade em todos os doentes e todas as consultas.

Na escolha da terapêutica, devemos priorizar as estratégias farmacológicas que permitam alcançar reduções de C-LDL para alcançar o valor alvo, independentemente de se escolher uma estatina ou estatina/ezetimibe. O lema deve ser o mais baixo, mais rápido e mais prolongado controle possível, melhor para o doente.

Várias meta-análises e estudos randomizados permitem inferir que não é a forma como se alcança o valor de C-LDL, mas sim o valor final deste, que promove a diminuição de eventos e consequentemente a proteção cardiovascular. Para além das estatinas, outras terapêuticas demonstraram que a melhoria do perfil lipídico permite uma redução de eventos cardiovasculares, nomeadamente: ezetimibe, inibidores PCSK9, fenofibrato, ácido bempedoico e eicosapente de etilo.


Bibliografia e referências: