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Novo paradigma no tratamento da diabetes mellitus tipo 2 para doentes com doença aterosclerótica



O tratamento para a diabetes mellitus tipo 2 sofreu nos últimos anos um grande avanço, com a descoberta de novos fármacos para o seu tratamento.

O estudo UKPDS revelou que uma redução de 1% na Hb1Ac reduzia as complicações macro e microvasculares associadas a esta doença, assim como a morte relacionada com a diabetes. Neste sentido, o objetivo do tratamento da diabetes seria a redução dos valores de glicémia sem provocar hipoglicémia.

Para assegurar a segurança dos novos fármacos foi determinado que estes teriam que ser sujeitos a estudos de segurança cardiovascular (CVOTs). Estes estudos que iriam servir para atestar a segurança cardiovascular, vieram demonstrar que para além disso elas mostravam benefícios cardiovasculares e renais. Esta descoberta veio revolucionar a forma como as orientações terapêuticas estavam desenhadas criando-se um novo paradigma no tratamento da diabetes mellitus tipo 2, onde as comorbilidades cardíacas e renais têm uma grande preponderância.

O tratamento de primeira linha mantém-se inalterado com metformina. Mas enquanto as orientações prévias a 2018 deixavam ao critério do médico assistente o tratamento de segunda linha. As novas orientações já direcionam esta escolha consoante as comorbilidades de cada doente.

Num doente com doença aterosclerótica estabelecida ou com indicadores de alto risco cardiovascular o tratamento de segunda linha serão a-GLP1 e iSGLT2 com benefício cardiovascular demonstrado. Em doentes com insuficiência cardíaca ou insuficiência renal os fármacos preferíveis serão os iSGLT2, em caso de contra-indicação, a-GLP1. Outro dado muito importante é que caso um doente tenha estas comorbilidades a prescrição destas novas classes, deve ser feita independentemente do controlo glicémico, ou seja, se um doente tiver com bom controlo glicémico medicado apenas com metformina, deve ser adicionado um destes fármacos, pelo benefício cardio-renais destas novas classes.

Caso um doente não apresente estas comorbilidades, a escolha dos fármacos deverá ser feita com base em: necessidade de minimizar risco de hipoglicémia, nomeadamente em doentes mais idosos e mais frágeis e por isso optar por terapêuticas que não induzam hipoglicémia; necessidade de reduzir peso, optando por a-GLP1 ou iSGLT2; necessidade de reduzir custos, optando por sulfonilureia ou pioglitazona.

Toda esta evidência científica veio revolucionar o tratamento da diabetes mellitus tipo 2 e uma melhoria dos nossos doentes.