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Osteoporose em 2023: mind the gap!



A osteoporose (OP) é hoje menos divulgada do que já foi, uma doença frequente, mas esquecida e, no entanto, um importante e crescente problema de saúde pública. O envelhecimento da população, o menor recurso aos tratamentos atualmente disponíveis e uma menor atenção ao problema têm levado a uma situação que propiciou um aumento do número de fraturas osteoporóticas, sendo de destacar, pela sua particular importância, as do colo do fémur.

Em Portugal ocorrem atualmente mais de 12.000 fraturas da anca por ano, com uma mortalidade superior a 20% no primeiro ano após a fratura. Acompanhamos assim uma infeliz tendência europeia e norte-americana comprovada em números recentemente publicados, de subdiagnosticar e subtratar a doença. Existem assim hoje milhares de doentes, direi até centenas de milhares de doentes, que cumprindo todos os critérios presentes nas linhas de orientação para o tratamento da OP não estão a ser tratados e um elevado número nem sequer diagnosticados.

Este é o gap no tratamento da OP: a diferença entre o número de doentes elegíveis para tratamento (de acordo com as normas publicadas) e os que estão a ser efetivamente tratados. Esse gap num conjunto de sete países europeus é de 73% para as mulheres e de 63% para os homens. A previsão para os próximos anos é de um aumento entre 20% e 30% de fraturas do colo femoral até 2030 no conjunto desses mesmos países. Face a estes números impressionantes importa questionar: e o que se pode fazer

Muito! Existem hoje linhas de orientação (guidelines) claras e cientificamente provadas no que concerne ao diagnóstico, prevenção e tratamento da OP. Existem tratamentos comprovadamente eficazes e com reduzidos efeitos secundários para o tratamento da doença. Temos, pois, o conhecimento, as ferramentas e as armas eficazes para o combate à doença.

Podemos fazer muito mais e melhor contribuindo para uma importante redução da morbilidade e mortalidade associadas às fraturas osteoporóticas e também para a redução dos custos sociais e financeiros delas decorrentes. Temos, pois, que ter uma atenção muito maior à osteoporose, não deixando de diagnosticar e tratar os doentes que cumprem os critérios adequados e para neles iniciar estratégias adequadas de prevenção e/ou tratamento.

Por isso, no dia-a-dia de cada um de nós: mind the gap!!!