Publicidade banner-canal-diabetes-en-la-red-pt

A dor lombar aguda pode mascarar fraturas vertebrais ocasionalmente em doentes com osteoporose


Dr. Tiago Meirinhos | Reumatologia

Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Aveiro


A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela perda de densidade mineral óssea, condicionando um maior risco de fratura. Existem duas formas de osteoporose, a primária e a secundária. A osteoporose secundária é muitas vezes consequência de outras doenças ou tratamentos (por exemplo a corticoterapia crónica). A osteoporose primária é mais prevalente no género feminino, associada ao envelhecimento populacional, e dessa forma com tendência a aumentar a nível global.

Apesar de ser uma doença relativamente conhecida pela comunidade médica e também pela sociedade, é muitas vezes subdiagnosticada e subtratada, aumentando desta forma o número de fraturas osteoporóticas (cerca de 40.000 por ano em Portugal). A abordagem da osteoporose deverá ser feita através da ferramenta gratuita de avaliação de risco de fratura (FRAX) a todos os doentes acima dos 50 anos. O FRAX está disponível na internet, e permite calcular o risco de fratura (major e da anca), através do qual a decisão terapêutica deverá ser tomada. Uma interessante particularidade do FRAX é o facto de poder ser calculado sem recurso a densitometria óssea (DEXA). Obviamente que não é uma ferramenta perfeita, estando validado apenas entre os 40 e os 90 anos de idade, e tem algumas limitações, nomeadamente o facto de não considerar o número e o tipo de fraturas prévias, facto que implica diferentes riscos de fratura posterior.

As fraturas osteoporóticas ocorrem frequentemente em quedas de baixo impacto, muitas vezes no ambiente domiciliário em pequenos acidentes e quedas. Desta forma, é essencial adotar medidas de educação para a saúde neste sentido, nomeadamente consciencializando para o uso de calçado adequado, iluminação eficaz e casas de banho acessíveis e com pegas no banho (idealmente poliban). Os locais com maior frequência de fraturas são a anca, o rádio distal (“punho”) e as vertebras.

As fraturas vertebrais são frequentemente associadas a dor lombar aguda, muitas vezes sem esforços ou quedas referidas pelos doentes. A fratura pode apresentar algum grau de instabilidade, com potencial de sofrimento medular e paresia consequente. Assim, perante dor lombar aguda em doentes idosos, com história de osteoporose, a fratura deverá ser considerada, e o estudo deverá prosseguir com exames de imagem (radiografia convencional e muitas vezes com necessidade de tomografia).


Bibliografia e referências: