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Tratamento da hipertensão arterial de acordo com as últimas Guidelines Europeias


Dr. Ricardo Fontes Carvalho | Cardiologia

Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, Espinho


A hipertensão arterial está associada a aumento de risco de eventos cardiovasculares e existe hoje evidência inequívoca de que o tratamento da hipertensão arterial permite redução de eventos e da mortalidade nestes doentes.

O tratamento da hipertensão arterial deve contudo ser individualizado tendo em consideração não só os valores de pressão arterial mas também o risco cardiovascular global, as comorbilidades do doente, a idade e o valor-alvo que pretendemos alcançar.

Em 2018 foram publicadas as guidelines mais recentes de abordagem e tratamento da hipertensão arterial da Sociedade Europeia de Cardiologia. Relativamente ao seu tratamento da hipertensão arterial, estas guidelines recomendam:

  1. Importância das medidas gerais de redução da pressão arterial, sobretudo a redução de sódio na dieta, a prática de exercício físico, a cessação do consumo de álcool e a redução de peso. Quando combinadas, estas medidas gerais podem permitir reduções da pressão arterial superiores a 20 mmHg.
  2. O momento do início da medicação anti-hipertensora deve ser em consideração o valor da pressão arterial mas sobretudo o risco cardiovascular global. Estas recomendações assinalam que deve ser considerada medicação anti-hipertensora, por exemplo num doente com “pressão arterial normal-alta (PAs 130-140 mmHg)” se tiver muito alto risco cardiovascular global.
  3. Passa a estar recomendado o início de tratamento farmacológico logo com uma combinação de baixa dose de duas classes de anti-hipertensores. Na maioria dos doentes esta combinação dever ser uma combinação de IECA/ARA com antagonista dos canais de cálcio ou com diurético.
  4. Num doente com hipertensão arterial resistente, já medicado com as doses máximas recomendadas de IECA/ARA + diurético + antagonista dos canais de cálcio, deve ser adicionada espironolactona 25 mg, exceto se tiver insuficiência renal crónica e/ou hipercalémia.
  5. São recomendados valores-alvo de pressão arterial mais baixos que o tradicional na maioria dos doentes, exceto nos idosos. Assim, os novos valores-alvo de pressão arterial passa a ser inferior a 130/80 mmHg.