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Doença venosa crónica: o seu impacto na qualidade de vida dos doentes portugueses



A doença venosa crónica (DVC), como o nome indica, refere-se a uma patologia que é progressiva, evolutiva e na qual fica comprometido o normal funcionamento do sistema venoso. É uma patologia subvalorizada apesar da sua elevada incidência: 1/3 da população portuguesa tem DVC e, atualmente, esta patologia atinge cerca de 40% de homens e 60% de mulheres.

Contrariamente ao que se pensa, a disparidade não é assim tão grande. A diferença é que os homens aparecem no consultório médico habitualmente mais tardiamente e, por isso, com situações mais graves. Já na mulher a doença venosa crónica manifesta-se frequentemente na idade jovem e adulta devido aos estrogénios, à pilula anticoncecional, às gravidezes, entre outros. Em ambos os géneros a doença venosa crónica é vulgarmente tratada como algo "normal devido à idade e estilo de vida", o que dificulta a caracterização da doença como crónica e séria.

Além disso, esta doença tem um elevado impacto na população: é responsável por um milhão de dias de trabalho perdidos por ano e cerca de 21% dos doentes pedem para mudar de posto de trabalho devido à sintomatologia. A doença venosa crónica é também responsável por 8% das reformas antecipadas, devido ao elevado impacto na qualidade vida dos doentes. Numa fase mais avançada, os doentes podem mesmo acabar por ter alterações tróficas graves e preocupantes como a úlcera venosa.

Um estilo de vida saudável é um dos melhores hábitos a ter, passando por caminhadas e uma alimentação equilibrada. Os fármacos venoativos e o uso de meias elásticas são também eles chave para melhorar o funcionamento do sistema venoso.

A patologia é crónica e, ao contrário do que os doentes normalmente pensam, não é sazonal, pelo que os doentes devem adotar estas medidas de tratamento durante todo o ano. Cabe ao especialista de medicina geral e familiar alertar para a incidência desta patologia, procurando o seu diagnóstico mesmo quando o doente desvaloriza as queixas.

Só a credibilização da doença venosa crónica pode ajudar a que o doente se preocupe e cumpra o tratamento prescrito pelo médico, como a contenção elástica e a toma continuada de venoativos com capacidade anti-inflamatória específica da veia.