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Principais factores que aumentam ou diminuem o risco de doenças cardiovasculares


Dr. Luís Andrade | Medicina Interna

Centro Hospitalar Gaia-Espinho, Vila Nova de Gaia


As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nos países europeus, sendo responsável por aproximadamente 45% de todas as mortes (49% nas mulheres e 40% nos homens), estimando-se cerca de 4 milhões de mortes na Europa, anualmente, por esta patologia.

Frequentemente, os eventos cardiovasculares causadores de morte, nomeadamente, o enfarte agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral isquémico são uma consequência da aterosclerose nas artérias.

São vários os factores que aumentam ou diminuem o risco de doenças cardiovasculares/ateroscleróticas (por exemplo: idade ou género), contudo salientam-se os factores que podemos modificar:

  1. Factores que aumentam o risco cardiovascular:

    • Dislipidemia
    • Diabetes mellitus
    • Hipertensão arterial
    • Obesidade (sobretudo a obesidade visceral – caracterizada pelo aumento do perímetro abdominal)
    • Tabagismo
    • Stress
  2. Factores que diminuem o risco cardiovascular:

    • Atividade/exercício físico
    • Dieta mediterrânica
    • Ingestão de uma quantidade moderada de bebidas alcoólicas

O estudo de caso controle Interheart demonstrou que a dislipidemia (aumento do valor de colesterol) foi o principal factor de risco, tendo sido responsável por mais de metade dos casos de enfarte agudo do miocárdio.

Desta forma, a elevação dos lípidos (nomeadamente colesterol LDL) é um dos principais fatores de risco cardiovasculares. A diminuição do colesterol LDL (C-LDL) traduz-se numa redução muito relevante dos eventos fatais e não fatais nomeadamente nos doentes de alto e muito alto risco cardiovascular. Desta forma a prioridade é calcular o alvo de C-LDL a atingir mediante o score de risco e optimizar as terapêuticas de forma a alcançar o alvo de C-LDL.

Contudo, vários estudos têm demonstrado que os triglicerideos e o colesterol não HDL têm papel relevante na população de doentes com dislipidemia aterogénica (nomeadamente nos doentes com diabetes). O estudo FIEL e ACCORD-LIPID demonstrou que a utilização o fenofibrato esteve associado a uma redução de risco bastante significativa na população de doentes com dislipidemia aterogénica conseguindo reduzir de forma relevante o risco residual.

Várias sociedades têm indicado, que após a colocação dos doentes no nível de C-LDL, devemos alcançar uma redução do colesterol não HDL e dos triglicerídeos nos doentes com dislipidemia aterogénica permitindo alcançar maiores reduções de risco cardiovasculares.


Bibliografia e referências: