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Rinite alérgica: evicção alergénica e imunoterapia específica



O tratamento da rinite envolve a evicção alergénica, a farmacoterapia e a imunoterapia. A avaliação ambiental e o controlo da exposição a alergénios com a implementação de medidas de evicção alergénica constituem a primeira medida preventiva a adotar no plano terapêutico da rinite alérgica dirigida ao grupo alergénico específico, como os ácaros, animais domésticos, fungos e pólenes. As principais medidas para a evicção de ácaros são:

  • Uso de coberturas antiácaros
  • Lavagens regulares acima de 60 °C (uma vez de 2 em 2 meses) para almofadas, edredões, sintéticos
  • Lavagens regulares acima de 60 °C semanal para lençóis e fronhas
  • Temperatura ambiente entre os 18 °C e os 19 °C
  • Humidade relativa inferior a 50% (arejamento, ventilação, ar condicionado, desumificadores)
  • Retirar tapetes, alcatifas, peluches, mobiliário simples)
  • Aspirar semanalmente com máscara e se possível usar aspirador com filtro HEPA
  • Não está recomendado o uso regular de acaricidas

É assumido que para uma criança ou adolescente que seja alérgico é prejudicial a presença de algum dos animais de estimação no seu ambiente. As principais medidas recomendadas para os animais domésticos são:

  • Se tiver um espaço exterior deve limitar a entrada do animal dentro de casa
  • Não deve permitir que o animal vá para o quarto de dormir
  • Interditar a presença do animal nos sofás
  • Retirar tapetes e carpetes
  • Aspirar a casa e os têxteis (sofás, cortinados, tapetes) pelo menos duas vezes por semana
  • Utilizar purificadores de ar
  • Lavar o animal quinzenalmente
  • Escovar o animal diariamente no exterior

A imunoterapia específica modela a resposta inflamatória e previne o desenvolvimento de asma em pessoas com rinite alérgica e de novas sensibilizações. É eficaz no controlo da rinite e outras patologias alérgicas frequentemente concomitantes como a conjuntivite e a asma. As vacinas antialérgicas têm eficácia clínica e são o único tratamento etiológico específico e individualizado existente para muitas doenças alérgicas.

Estas vacinas são a única estratégia de tratamento capaz de modificar a evolução da história natural da doença alérgica. Na rinite, na asma e conjuntivite alérgica as vacinas antialérgicas associam-se a uma melhoria clínica objetiva, com redução dos sintomas e do uso de medicação sintomática, sendo o seu efeito benéfico mantido mesmo após a sua cessação. A imunoterapia parece que previne o aparecimento de asma em doentes com rinite ou o aparecimento de novas sensibilizações alérgicas.

A imunoterapia pretende modificar a resposta imunológica ao alergénio através da administração de doses progressivamente crescentes do extrato alergénico para o qual a pessoa está sensibilizada. Deverá ser realizada quando existe evidência indiscutível do envolvimento de mecanismos imunológicos IgE mediados, demonstrados por testes cutâneos e/ou IgE específicas séricas para os alergénios em causa e sempre que clinicamente haja uma causalidade provável entre a exposição a esses alergénios e o aparecimento da sintomatologia referida pelo doente.

Atualmente existem duas vias de administração destas vacinas, a via sublingual e a via subcutânea. A eficácia da imunoterapia é idêntica para ambas as vias, desde que se utilizem extratos padronizados e o tratamento seja regular e prolongado por um período que varia ente 3 a 5 anos. A imunoterapia subcutânea deve ser realizada numa unidade de saúde que disponha de material de tratamento de uma eventual reação adversa. A sua administração é feita na face posterior do braço na posição de flexão a meia distância entre o cotovelo e o ombro. Após a sua administração o doente deve permanecer em vigilância durante pelo menos 30 minutos. A administração sublingual é realizada no domicílio de acordo com o protocolo descrito, sendo utilizadas vacinas sob a forma de spray, gotas ou comprimidos sublinguais.