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Tratamento da fibrilação auricular em 2019: prevenção do risco isquémico e hemorrágico


Dr. Ricardo Fontes Carvalho | Cardiologia

Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, Espinho


Os anticoagulantes diretos (DOACs) vieram revolucionar o tratamento da fibrilação auricular (FA), mas também a prevenção e tratamento da trombose venosa profunda e do tromboembolismo pulmonar.

Em relação ao tratamento anti-trombótico da FA, de acordo com as guidelines, os DOACs são a terapêutica de primeira linha na hipocoagulação da FA porque além de serem mais confortáveis para o médico e para o doente, mostraram reduzir o risco de hemorragia intracraneana e a mortalidade total. Contudo, estão contra-indicados nos doentes com estenose mitral reumática, próteses mecânicas e quando o clearance da creatinina é menor que 15 ml/min.

Da mesma forma que é possível prevenir os eventos isquémicos, também é possível prevenir o risco de hemorragia. Algumas medidas simples que podem ser implementadas na prática clínica são:

  1. Ajustar a dose do fármaco de acordo com o clearance da creatinina;
  2. Evitar a toma simultânea de DOACs com anti-plaquetários, AINEs, corticoesteroides ou álcool;
  3. Controlar a pressão arterial dos doentes;
  4. Utilizar a profilaxia com inibidores da bomba de protões nos doentes de risco hemorrágico elevado.

Combinando uma boa estratégia de utilização de hipocoagulação nos doentes com risco acrescido, juntamente com estas medidas de prevenção do risco de hemorragia, podemos alterar significativamente a história natural da fibrilação auricular e proteger melhor os nossos doentes.