Doença venosa

Os fármacos venoactivos são todos iguais? Que fármacos venoactivos devemos escolher?

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Dra. Joana Ferreira | Angiologia e Cirurgia Vascular

Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real

12/01/24

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Embora exista alguma controvérsia, de acordo com a evidencia científica actual, os fármacos venoactivos devem ser escolhidos de acordo com os sintomas dos doentes. Assim os bioflavonoides (MPFF- fração flavonóica purificada micronizada), o extrato de ruscus, a escina e os rutosídeos são eficazes na resolução do edema associado à doença venosa crónica, ao contrário da diosmina. Assim com o objectivo terapêutico de melhoria da dor venosa e da sensação de peso, o MPFF, o extrato de ruscus, os rutosídeos e o dobesilato de cálcio são fármacos eficazes, ainda que com diferentes níveis de evidencia. O MPFF é o único fármaco venoactivo que tem evidência 1A na melhoria da qualidade de vida. O MPFF também tem um grau de evidencia 1A na melhoria da estrutura da pele, reforçando assim o seu papel em fases mais avançadas da doença venosa crónica. A sulodexida e o MPFF são eficazes no tratamento da úlcera venosa. Assim, para cada doente e para cada sintoma devemos selecionar o fármaco venoactivo mais apropriado.

Durante quanto tempo devemos medicar com fármacos venoactivos?

De acordo com a pesquisa que realizei apenas uma guideline⁴ define a duração da prescrição de um fármaco venoactivo. Assim, define que para um efeito completo, o fármaco venoactivo deverá ser administrado continuamente durante 4 semanas (pelo menos). Contudo, esta recomendação vai mais além e define que o tempo de prescrição do fármaco venoactivo deverá ser adaptado à classe de doença venosa crónica definida pela classificação CEAP. Assim os doentes no estado C0s, C1 ou C2 deverão ser medicados durante 3 meses. Já os doentes em estado C3, C4, C5 ou C6 deverão ser medicados durante, pelo menos, 6 meses. No caso de alguns grupos particulares, como doentes obesos ou que não cumprem meia elástica o fármaco venoactivo deverá ser prescrito cronicamente.

Bibliografia e referências: