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Dor e Qualidade de Vida



Dor Crónica Pós Cirúrgica

Definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável que persiste para além de 3/6 meses após a cirurgia.

Factores de risco: Pessoais, genéticos, psicossociais, dor pré operatória persistente, técnica anestésica/cirúrgica, dor pós operatória mal controlada.

Prevalência: Amputações 57/62%, Toracotomia 52-61%, Cirurgia da Mama 27/48%, Bypass coronário 23/39%, Herniorrafia 19/40%, Cesariana 12%.

O diagnóstico precoce contribui para o sucesso terapêutico. Tratando-se de uma dor predominantemente neuropática preconiza-se terapêutica dirigida : anticonvulsivantes, antidepressivos e, nos casos mais difíceis, uso de opióides em doses baixas.

Unidades de Dor Crónica: Agilização terapêutica complementada com técnicas de intervenção (Bloqueios do neuroeixo, radiofrequência dos nervos do território álgico, infiltração de trigger points).

Dor Pélvica Oncológica

Dor Pélvica: dor não menstrual, com duração superior a 3/6meses, localizada na região pélvica, provocando incapacidade física e psíquica, com indicação para terapêutica médica/cirúrgica.

Por vezes de causa oncológica, deverá contemplar as repercussões terapêuticas: cirurgias, quimioterapia e sobretudo as relativas à radioterapia local, conferindo características neuropáticas por lesão directa ou indirecta de estruturas nervosas.

Salienta-se a importância da avaliação fisiopatológica que poderá envolver várias especialidades: ginecologia, urologia, gastroenterologia, oncologia. A repercussão na sexualidade não deverá ser esquecida na avaliação multidisciplinar. A terapêutica terá em conta a vertente neuropática (anticonvulsivantes, antidepressivos, relaxantes musculares) e a vertente oncológica (opióides).

Todos os fármacos deverão ser titulados, preferindo terapêuticas multimodais em doses adaptadas ao doente, tendo sempre em conta os efeitos secundários, tal como náuseas, vómitos, sonolência, prurido, obstipação.

Unidades de Dor Crónica: Agilização terapêutica complementada com técnicas de intervenção (Bloqueios do neuroeixo, radiofrequência do nervo pudendo, nervos sagrados, gânglio impar, neuroestimulação medular).

Dor Geriátrica

O Envelhecimento define-se como um estado de diminuição da capacidade de manutenção da homeostasia (American Geriatric Society). A Dor no Idoso, tende a ser multifocal, multifatorial, de intensidade moderada a grave e com duração de vários anos (Norma da DGS 2010). As razões pelas quais a população idosa é mais sensível à dor são: múltipla patologia associada, aumento do risco de efeitos adversos dos fármacos, aumento do risco de interações medicamentosas, reduzida capacidade económica, restrito apoio social e, por vezes familiar, alterações cognitivas, deficiente capacidade de comunicação.

Princípios Terapêuticos: A terapêutica farmacológica tem 50% do papel terapêutico. Os outros 50% traduzem-se em terapêuticas no âmbito da Medicina Física e Reabilitação, Hidroterapia, Métodos de relaxamento, Acupunctura . A terapêutica farmacológica no idoso deverá ter em conta as alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas resultantes da diminuição da metabolização, transporte e excreção dos fármacos. A utilização de opióides na dor geriátrica tem a recomendação da American Geriatric Society – “O uso de opióides por longos períodos de tempo, está associado a menor ocorrência de situações de risco de vida, do que o uso diário de altas doses de AINEs não seletivos, durante longos períodos de tempo.”

Os coadjuvantes: anticonvulsivantes, antidepressivos, ansiolíticos, terapêuticas tópicas (lidocaína, capsaicina), corticoides, bifosfonados... - são fármacos “poupadores de opióides”, pelo seu efeito sinérgico na modulação dos mecanismos fisiopatológicos da Dor.

Unidades de Dor Crónica: agilização terapêutica multidisciplinar, técnicas de intervenção (bloqueios do neuroeixo, radiofrequência).


Bibliografia e referências:

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  5. Hunter C, Dave N, Diwan S, Deer T, Neuromodulation of Pelvic Visceral Pain: Review of the Literature and Case Series of Potential Novel Targets for Treatment. Pain Practice. 2012; 1530-7085/13.
  6. International Association for the Study of Pain. Older people’s pain. Clinical updates 2006 june; XIV;
  7. American Geriatrics Society. Panel on the Pharmacological Management of Persistent Pain in Older Persons. Special article, JAGS 2009;57:1331-1346;
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  9. Direção Geral da Saúde 2010. Orientação da Direção Geral da Saúde 015/2010, 14/12/2010. Orientações técnicas sobre o controlo da dor crónica na pessoa idosa;