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Principais dúvidas sobre o tratamento e a cirurgia vascular em doença venosa crônica


Dra. Joana Ferreira | Angiologia e Cirurgia Vascular

Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real


A doença venosa crónica, define-se como um conjunto de sinais e sintomas resultantes da alteração da estrutura e da função das veias.

Do ponto de vista clínico, a doença venosa crónica divide-se em seis estados de gravidade crescente. O estado C0 é a fase inicial. Nesta fase, o doente apresenta sintomas, sem qualquer alteração do exame objectivo. 20% dos doentes da nossa prática clínica estão no estado C0, mas frequentemente não são identificados. Reconhecê-los é uma oportunidade para implementar tratamento médico, que permita controlar os sintomas e travar a evolução da doença.

Respondendo a algumas das vossas questões no Programa AAP:

Durante quanto tempo o tratamento com venoativo?

Se o objetivo do tratamento for o controlo dos sintomas, devemos medicar o doente aquando da sintomatologia. Se pretendermos prevenir a evolução da doença venosa crónica, o fármaco deverá ser cronicamente prescrito, dado que estamos a falar de uma patologia crónica.

Quais os melhores venotrópicos que se podem associar ao FFPM para DVC avançada? Pentoxifilina sulodexida, oxerrutinas...

Não há evidência científica neste momento para associação de diferentes fármacos venoativos.

Contudo, sabemos que os fármacos venoativos têm diferentes mecanismos de atuação e eventualmente, poderão surgir no futuro estudos que justifiquem a sua associação.

Qual é o fármaco FFPM?

O nome comercial do FFPM é Daflon.

Contraindicação à compressão elástica?

São contraindicações da compressão elástica:

  • doença arterial grave
  • insuficiência cardíaca grave
  • alergia ao material da meia elástica
  • neuropatia

Quando utiliza a compressão elástica relativamente aos fármacos venoativos e cirurgia?

  • Os fármacos venoativos a meia de compressão elástica são eficazes no controlo dos sintomas associado à doença venosa crónica
  • Além disso, existem alguns estudos que demonstram que o FFPM (fármacos venoativos) trava a evolução da doença
  • A cirurgia tem indicação nos doentes com varizes troncular e/ou com alterações tróficas no contexto de doença venosa crónica
  • A cirurgia melhora os sintomas associados à doença venosa crónica e previne as suas complicações

Quando se deve tratar cirurgicamente uma úlcera venosa?

Na nossa prática clínica atualmente, o tratamento cirúrgico de varizes não é protelado pelo facto de o doente apresentar uma úlcera venosa.

Existem alterações no ecodoppler venoso que nos devem fazer referenciar a consulta de cirurgia vascular? Ou apenas o devemos fazer se não houver resposta a terapêutica médica?

A referenciação à cirurgia vascular deverá ser realizada quando o doente apresente varizes tronculares ou alterações tróficas no contexto de uma doença venosa crónica.

Se o utente refere que não quer cirurgia, devemos de qualquer forma referenciar?

Na minha opinião não é necessário referenciar.

Qual a frequência de reaparecimento de sintomas após cirurgia de varizes?

O aparecimento de sintomas é variável de doente para doente.

Relação entre doença venosa crónica e menopausa?

Existe uma associação entre doença venosa crónica e aumento da idade do indivíduo.