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Abordagem biopsicossocial de doentes com dor


Dra. Dalila Veiga | Anestesiologia

Centro Hospitalar Universitário do Porto


A dor tem uma elevada prevalência na população mundial com importante repercussão em termos de absentismo, impacto na qualidade de vida e custos em saúde. As etiologias mais frequentes de dor são: a dor musculoesquelética, associada à patologia degenerativa fruto do envelhecimento populacional, e dor neuropática, com uma forte associação à doença metabólica como a diabetes mellitus, a procedimentos cirúrgicos ou toxicidade associada à quimioterapia. O tratamento precoce e adequado à dor aguda é a principal medida preventiva relativamente ao desenvolvimento de dor crónica.

Neste âmbito, saber identificar o(s) mecanismo(s) associado(s) à dor, nociceptivo ou neuropático, é fundamental para podermos adequar o melhor plano terapêutico para o nosso doente. Por outro lado, a avaliação de uma pessoa com dor vai muito para além da avaliação da intensidade da dor e do exame físico. É fundamental termos uma abordagem biopsicossocial do nosso doente tendo em conta o enorme sofrimento que a dor acarreta na vida destes doentes e com um impacto significativo nas múltiplas dimensões da vida da pessoa (lazer, trabalho, sono, etc.).

É, igualmente importante, destacar a enorme prevalência de ansiedade e depressão nos doentes com dor crónica, o que irá condicionar a eficácia relativa do tratamento da dor, o qual não pode ser dissociado da abordagem destas patologias.

O tratamento da dor deve sempre assentar numa abordagem multimodal com vista a minimizar os efeitos adversos e potenciar a eficácia relativa das opções terapêuticas vigentes. A escolha das classes farmacológicas deve ser baseada em função do mecanismo de dor associado e da avaliação da resposta do doente em termos de eficácia e funcionalidade. Como tal, as opções de tratamento não farmacológicas (exercício, fisioterapia, psicoterapia, etc.), devem igualmente integrar o plano de tratamento destes doentes, com vista a maximizar a melhoria funcional e a qualidade de vida destes doentes.


Bibliografia e referências: