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Etiologia e abordagem da obstipação em ambulatório


Dr. Pedro Norton | Medicina do Trabalho

Centro Hospitalar São João, Porto


A obstipação é uma queixa comum e tanto pode ser idiopática como dever-se a uma causa secundária, frequentemente como efeito lateral de fármacos (tais como opioides e suplementos de ferro).

A presença de sinais de alarme tais como perda de peso inexplicada, perda de sangue nas fezes ou alteração recente do padrão defecatório habitual obrigam a referenciação médica.

A abordagem varia de acordo com a etiologia. Geralmente o tratamento inicial envolve uma alteração dos hábitos alimentares, passando a incluir uma dieta rica em fibras. Se a causa for iatrogénica e sempre que possível, deve-se substituir o medicamento implicado.

A educação do doente e o reforço da sua literacia em saúde são também essenciais: é necessário desmistificar a ideia de que o normal é efetuar uma dejeção diária. Os doentes que utilizam laxantes para manter dejeções diárias devem ser aconselhados a diminuir a frequência com que os tomam à medida que vão introduzindo as alterações dietéticas que melhoram a sua função intestinal. Devem também ser incentivados a defecar após as refeições de modo a aproveitar o aumento da motilidade do cólon após as refeições. Isto é particularmente importante durante a manhã, altura em que a atividade do cólon é máxima.

Clinicamente, os critérios de Roma IV permitem o diagnóstico correto de obstipação. Segundo estes critérios, a obstipação é definida pela presença de esforço defecatório, fezes granuladas, sensação de esvaziamento incompleto ou necessidade de três ou mais manobras manuais de evacuação por semana em pelo menos 25% dos movimentos intestinais, associados a menos de três evacuações por semana.

A escolha inicial do tratamento farmacológico deverá depender da sua eficácia, segurança, comodidade posológica, custo e resposta clínica.


Bibliografia e referências: