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O que mudou no tratamento do doente com depressão?



A depressão é considerada pela Organização Mundial de Saúde a segunda causa de perda de anos de vida saudáveis. Com tendência crescente, está atualmente presente em cerca de 4,4 % da população mundial. É definida quando existem sintomas com duração igual ou superior a duas semanas, caracterizados por tristeza e pela perda de interesse por atividades que antes eram consideradas como agradáveis. São geralmente acompanhados por alterações de apetite, alteração no padrão do sono levando a insónia ou hipersónia, dificuldade de concentração, indecisão, impotência e desespero.

Os médicos e outros profissionais de saúde tiveram um enorme desafio durante a pandemia, verificando-se maior prevalência de depressão e ansiedade em comparação com a população portuguesa em geral. Como efeito protetor, a existência de espaços de descanso no local de trabalho e o apoio dos pares foi fundamental para ultrapassar esta fase.

O tratamento baseia-se na estabilização de fase aguda, que compreende início da administração farmacológica, com a escolha do antidepressivo de acordo com a prevalência de sintomas associados e revisão terapêutica às quatro a seis semanas. No caso de resposta insatisfatória deve ser realizado o aumento da dose se os efeitos adversos toleráveis. No caso de os efeitos não serem toleráveis, deve ser efetuada a troca do antidepressivo para outro, de preferência para uma classe diferente. Na fase de manutenção deve-se manter a terapêutica por seis a doze meses, se se tratar dum primeiro episódio depressivo. No caso de ser um segundo episódio, o tratamento deve ser prolongado por um a dois anos e, a partir do terceiro episódio, inclusive, o tratamento não deve ter termo. No caso de ter necessário efetuar uma interrupção, esta deve ser gradual, lenta e vigiada clinicamente.

A depressão é uma doença que deve ser diagnosticada e tratada adequadamente, de modo a permitir uma redução da prevalência e incidência e assim contribuir para a melhoria da saúde mental.